Páginas

O que Procura?

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A Casa da àrvore

E na casa da árvore entretinha-se imaginando a preocupação de todos ao darem por seu sumiço. Com o tempo se acostumariam à idéia de viver sem a presença dele e, sem dúvida, se sentiram aliviados. Não passariam mais pelo constrangimento de ter que justificar seus modos selvagens, sua costumeira clausura, seu silêncio telepático e aquela velha mania de transformar a vida em teorema. E na casa de árvores veria os anos caminharem lentos no compasso de cada dia de sol, eclipse e tempestade. E crivaria a sorte no tronco espesso que sustentaria seu mundo. E na casa da arvore fabricaria histórias frondosas das pessoas que habitavam as cavernas de seu coração. Plantaria as sementes na certeza de que alguém, algum dia colheria os frutos. Aos Domingos tomaria chá ouvindo Sinatra num radinho de pilhas carregando no olhar a certeza de ter feito as coisas do seu jeito. E já não  seria mais necessários contemporizar seus modos bravios,  sua reclusão habitual e aquela velha mania de transformar a morte em teorema.






_____SEM MAIS_____

Nenhum comentário:

Postar um comentário