A guerra entre a tinta e o papel se fez num desenho no ar e incolor
Procurando no infinito como se a realidade fosse um alfinete na escuridão
Até que pudesse ver um ponto ou uma ponte que me levasse lá onde eu saberia
Ou que eu conhecia só por nome me ansiava e me destruía sem mesmo existir
No momento esperado agora nunca chegava, nem mesmo surgia em outra esquina
E foi com um pincel que descobri um sonho minha maior realidade
Um espaço no momento talvez, ou para a vida inteira, quem ousaria dizer
Se construindo num leve rabiscar apagando o que lá tinha de lombadas e sinais fechados
De modo que fiz do papel meu alimento, minhas tintas o meu suco e licor
Compreendo até que ponto da ponte eu teria que parar e me jogar
E até antes de cair descobriria porque Deus não nos deu asas e tirou nossos pés
O sol foi se abrindo junto de um sorriso fabricado e doado as pessoas
Vendido e vencido como um jornal de ontem de tanto justificar a falta de tempo
Pensa que estou descomposto? Meu tempo é de hoje, de agora imprimido
Minha caminhada tem direção, mas nunca preciso usar setas nem buzina
O que vale mais que um sorriso hoje é vendido em todas as esquinas.
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