A cidade Te devora em cada carro parado,
Pedaço de vida mal resolvida, as buzinas
Teimam em protestar como se a quebra do silêncio
Pudesse trazer de volta as escolhas que nunca fiz.
O que passou é passado , vejo pelo retrovisor. Não há mias tempo para seguir
Por outra avenida . Jamais saberei que eu seria numa outra via de acesso.
Se eu tivesse tomado um atalho, uma rua estreita qualquer, que tipo de pessoa eu teria me
tornado?
Não Sei!
Mas gostaria muito de saber.
Pelo retrovisor vejo, todas as pessoas que eu poderia ter sido e não fui.
Vejo todas as ruas por onde nunca me atrevi a passar. Pelo retrovisor, vejo tudo que eu
escolhi não viver enquanto a cidade ,
e devora dia a dia.
Texto Tirado do Livro: " O teatro Magico em Palavra"